Protagonismo e incubação de boas práticas marcam início de nova turma do #Refazendo Sonhos

 
 
 

Jovem Rafaela Brito, durante apresentação de uma das oficinas do Juventude na Área (JNA). Adolescente Emilly Vitória em encenação teatral. Apresentação artística durante Encontro Anual de Famílias. Apresentação teatral “Vamos dar a Meia Volta”, do coletivo cênico Sonhos em Movimento. Adolescentes na montagem teatral “É preciso falar sobre isso”. Oficina de produção de cartazes do evento JNA.


Formação em participação política e emancipatória e apoio para desenvolverem ações de impacto social em seus territórios. Este é o enfoque do processo formativo da nova turma de adolescentes do Projeto #RefazendoSonhos, que iniciou em 4 de março. Desde 2016, o projeto trabalha pelo desenvolvimento pessoal e social de adolescentes do município de Simões Filho (BA), com o intuito de garantir seus direitos fundamentais com foco na prevenção à violência sexual e no protagonismo. Em 2024, o novo foco visa potencializar ainda mais as lideranças locais entre os adolescentes e jovens egressos, para que deem continuidade ao legado do projeto e atuem como protagonistas em seu próprio território.

"Entendemos que precisamos buscar mudanças mais efetivas e duradouras e, nesse sentido, é muito importante o fortalecimento da comunidade e a participação dos atores locais, para que tomem o destino das suas comunidades nas mãos. Cada vez mais, construímos as bases para que essas ações se estruturem e possam continuar", explicou a diretora técnica e coordenadora geral da área de Direitos Humanos do Instituto Aliança, Ilma Oliveira.

O novo enfoque trouxe novidades para o processo formativo: as aulas irão abordar a participação política e emancipatória, terão um espaço de leitura com ações semanais e ainda oficinas pensadas para o fortalecimento dos grupos. O objetivo é formar jovens atuantes no sistema de proteção e garantias de direitos, com potencial de se tornarem multiplicadores.



 

Apresentação da montagem “Casinha dos Sonhos”, que traz a discussão sobre violência sexual adequada a crianças.

 

Coletivo cênico Sonhos em Movimento durante intercâmbio cultural com o Sarau de outro projeto do IA - Escola Social do Varejo.


Legado – Para deixar um legado no território, mesmo após a finalização do projeto, o Instituto Aliança irá formalizar e incubar um grupo de ações autossustentáveis, tendo como uma das propostas a comercialização de uma das peças teatrais do Coletivo Cênico Sonhos em Movimento: “Casinha dos Sonhos". A peça, de forte relevância temática especialmente para o público infantil, traz uma discussão pertinente sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes por meio de uma linguagem lúdica e adequada para esse público e, ainda, pode ser apresentada em diversos espaços educativos no município, em suas adjacências e até mesmo em Salvador.

Integrante do Coletivo Cênico, o jovem Alefy dos Santos Nascimento destacou o quanto participar do grupo tem contribuído para sua transformação pessoal: "O coletivo me fez ver o mundo de forma diferente e me ajudou muito como jovem, como pessoa, me ajuda ainda. Ele nos ensina a lidar com violências e ter consciência dos assuntos sérios, mas de forma lúdica e ao mesmo tempo profunda. Só tenho a agradecer pela experiência que vivo e que ainda tenho para viver, pois o coletivo cênico muda vidas e agora poderemos assumir isso de forma mais autônoma, vamos ter que aprender a andar com as nossas próprias pernas”.


Jovem Gabriel Santana, 18 anos, durante apresentação dos resultados da oficina de produção de cartazes do evento JNA.

 

Adolescentes nas discussões sobre temas de participação política durante o evento JNA.

 

Jovens engajados no debate durante o evento JNA.

Outra ação estratégica deste ciclo do projeto será a contratação exclusiva e direta de dois adolescentes egressos do "Refazendo Sonhos em Movimento" como articuladores das ações de continuidade nos territórios. A proposta é apoiar a formalização de uma iniciativa potente e viável de forma participativa, ao lado de jovens egressos, garantindo a voz e a vez dessas pessoas, na implementação do que poderá se tornar a primeira organização do município formada por adolescentes e jovens – nesse caso específico, dando sequência ao trabalho desenvolvido pelo #RS.

"Saber chegar a um território é tão importante quanto saber sair dele. Precisamos ter um compromisso forte com as pessoas que confiam e se engajam nos nossos projetos, reconhecendo os potenciais de cada uma e acreditando que elas têm condições de gerar os mesmos movimentos de proteção e incidência política que nós geramos”, ressaltou o coordenador local do #RefazendoSonhos, Márcio Lupi.


Ana Vidal, 17 anos, membro da coordenação do evento de participação juvenil Juventude na Área e Encontro Anual de Famílias

Impacto – Em 2023, por meio do #RefazendoSonhos, foram impactados, diretamente, 267 adolescentes por meio das formações (incluindo 67 egressos), com idade entre 13 e 17 anos, e, indiretamente, mais de 70 mil pessoas, a partir das diversas ações realizadas. Desde 2016, o projeto já formou 724 adolescentes, 1.439 familiares e 138 gestores do município para o enfrentamento de violências, especialmente a sexual.

Em uma das iniciativas, os adolescentes puderam criar, por exemplo, estratégias de comunicação para os canais de denúncia de violência sexual. Além disso, foram realizadas oficinas e reuniões com os familiares abordando temáticas como: Direitos Humanos e Direitos da Criança e Adolescente, autoestima, resiliência, Comunicação Não Violenta e cultura da paz, adolescências, entre outras.

Para o educador âncora do projeto, Alan Sueira, envolver as famílias é fundamental para fazer o projeto acontecer. "Pensar essas temáticas com familiares é uma forma de desconstruir crenças que são repassadas de geração em geração e acabam reforçando uma cultura violenta e de invisibilização das adolescências. É pensar, juntamente com as famílias, estratégias de proteção para si e para seus filhos, atuando de forma ativa na sua comunidade, adotando uma postura diferente diante do poder público e na relação com o adolescente", disse o educador.

Mãe de uma das participantes do projeto, Eliana Nascimento de Jesus partilhou seus aprendizados com o projeto: "Em relação às formações de famílias, pude compreender um pouco o universo dos adolescentes, refletir sobre estratégias de cuidado e pensar em como proteger minha filha, sem privá-la de viver no mundo. A formação me ajudou a mudar práticas cotidianas, não só na minha família, mas com os e as adolescentes que trabalham nas escolas''.



 

Octávio Gabriel, integrante da turma 2023.2 do #RS, durante seminário de apresentação dos resultados dos projetos.

 

Jandiara Queiroz, adolescente do #RS, fala sobre o impacto dos projetos desenvolvidos em Simões Filho.

Metodologia – Um destaque da metodologia do projeto está na formação de núcleos de Comunicação, Teatro e Observatório com os e as adolescentes egressos das formações. Nesses núcleos, há muito diálogo e as decisões são tomadas em conjunto. Além disso, o método ativo Design Thinking continua obtendo resultados eficazes nas formações, com especial ênfase para a elaboração de projetos de intervenção.

A abordagem se baseia na identificação de problemas na comunidade e na elaboração de soluções práticas, simples, viáveis e criativas, incentivando capacidades individuais e coletivas, impulsionando o pensar, o sentir e as atitudes de autoconhecimento e heteroconhecimento, tendo o ser humano como centro motivador de todas as ações.

Até o fim do primeiro semestre, o objetivo é que, pelo menos, 170 adolescentes sejam alcançados, com seus respectivos familiares, além de ações concretas de incidência política nos serviços e espaços de representação dos direitos de crianças e adolescentes.


O protagonismo de Fernanda Reis, 17 anos, adolescente integrante do #RefazendoSonhos.

Encontro – Um encontro cheio de potência marcou a última sexta-feira do mês de março (29), quando as equipes do Programa Na Real e #RefazendoSonhos, ambos implementados pelo Instituto Aliança, se juntaram para uma tarde de compartilhamento de vivências, marcado pela alegria, criatividade, sonhos. Juntos, no núcleo de formação do #RefazendoSonhos, em Simões Filho, trocaram experiências a partir de um ponto potente e comum: o teatro – o Na Real, a partir de um espetáculo que busca dialogar com adolescentes sobre as consequências do consumo precoce indevido de bebidas alcoólicas, e o #RefazendoSonhos, com o Coletivo Cênico Sonhos em Movimento, por meio da peça "Vamos dar a Meia Volta", que aborda questões ligadas à violência sexual que atinge crianças e adolescentes.

O Coletivo Cênico do #RS se apresentou para colegas do Na Real, incluindo a coordenação-geral e local, além de mediadores, transformando a sala 2 do núcleo num palco de emoções e talentos. Também estiveram presentes a coordenações-geral e local do #RS, educadores e articuladores do projeto. O espetáculo Vamos dar a Meia Volta,tem a direção de Jedjane Mirtes e é composto por adolescentes e jovens egressos da formação do #RefazendoSonhos.


 

Márcio Lupi, coordenador, e Jedjane Mirtes, diretora do Coletivo Cênico Sonhos em Movimento, dão boas-vindas e fazem abertura da atividade.

 

Jovens do Coletivo Cênico do #RefazendoSonhos atentos durante a atividade.

Equipes dos Programas Na Real e #RefazendoSonhos com jovens atores do Coletivo Cênico Sonhos em Movimento.


Saiba mais – O #RefazendoSonhos é um projeto de desenvolvimento pessoal e social para a garantia de direitos de crianças e adolescentes, com foco na prevenção à violência sexual e no protagonismo juvenil. Financiado pela Kindernothilfe, por meio de seu escritório da KNH Brasil – Regional Sudeste e Centro-Oeste e estado da Bahia, tem como parceiro técnico o Instituto Aliança; parceira local, a prefeitura de Simões Filho; parceira estratégica, a loja Euzaria; e parceira certificadora a Universidade Estadual do Ceará (UECE).

 
 
 
 

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